A PESCARIA

A madrugada findava e já começavam a surgir as primeiras réstias de luz. O mar bravio chacoalhava a embarcação como se fosse uma folha seca a deriva. Estávamos todos extenuados após uma noite de pescaria sem êxito.

O dia chegava e todos estavam abatidos, sem nenhum alento que levantasse o nosso astral. Nos quinze quilômetros de mar na Galileia, só se ouvia o som das ondas quebrando.

No comando, Simão Pedro era o mais irritado de todos e esbravejava toda sua ira. As dificuldades foram muitas, entretanto,

chegamos bem à praia e sem nenhuma avaria. Apenas exaustos e sem peixe algum.

O dia já havia nascido cheio de luz e o sol irradiava vida.

Sentado na areia, um homem desconhecido parecia meditar.

Despertado por nosso barulho e falatório, ele nos olhou e perguntou:

— Vocês pescaram alguma coisa?

— Nada — respondi.

— Então joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe — disse.

Entre a descrença e a desconfiança resolvemos tentar. E então, o inesperado aconteceu. Uma quantidade inacreditável

de peixes apareceu em nossas redes. Eram tantos que precisamos de muito esforço para arrastá-los para a areia.

Ali mesmo, diante do Mar da Galileia nos confraternizamos com alegria. Ele nos transformou em “Discípulos” e em “Pescadores de Almas”.

Passado não sei quanto tempo, continuo na pescaria.

Autor: Jonas Vasconcelos