Adultos, nunca se esqueçam: "56 é muito mais que 4!" Sobre Educação Não-Violenta "Ele esqueceu a lancheira na escola. Desde cedo ensinamos a se responsabilizarem pelas próprias coisas e cuidar dos materiais escolares é responsabilidade deles. Mas enfim, pela terceira ou quarta vez ele esqueceu. A nossa primeira atitude, quando ele disse que esqueceu, foi dizer: 'De novo, Miguel? Essa é a quarta vez!' .
A arte de ser feliz. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Cecilia Meireles
NÃO DEIXE AS PESSOAS TE COLOCAREM NAS TEMPESTADES DELAS. COLOQUE-AS NA SUA PAZ. Buda.
domingo, 9 de maio de 2021
É impressionante como a gente se acostumou a ser arquivo vivo dos erros dos filhos, né? 'Você nunca faz como peço!', 'Você perde tudo! Só não perde a cabeça porque tá grudada no pescoço!', 'Seu quarto está sempre uma bagunça!'. A mente humana tem uma tendência de guardar com mais intensidade as informações ruins. Saber do crocodilo no rio é uma informação mais relevante para a sobrevivência que lembrar que a água do mesmo rio é morna e gostosinha. Mas, sabe, os erros dos nossos filhos não são crocodilos no rio. A gente não precisa focar neles e os nossos filhos não precisam crescer observando as próprias falhas com lente de aumento.
Estacionamos na escola e eu falei: 'Filho, você esqueceu a lancheira quatro vezes, não foi? E você sabe quantas vezes você lembrou?' Ele sinalizou não com a cabeça. 'Acho que já temos uns 60 dias de aula. Se você esqueceu 4, quer dizer que lembrou 56! Cinquenta e seis, cara! cê tem noção do quanto isso é muito?' O sorriso brotou no rosto. Ele já não estava focado no que não conseguia. Nitidamente uma onda de auto confiança percorreu o corpinho, porque o ânimo era quase palpável. '56 é muito mais que 4!' 'Humrum! 56 é muito mais que 4! E eu confio que você vai lembrar de pegar a sua lancheira hoje! Você acredita também? 'Acho que sim!' Me abraçou bem forte, deu um beijo gostoso e entrou pra sala. E eu reforcei em mim o compromisso de ser arquivo vivo das boas memórias, de lembrar das capacidades que eles têm, inclusive - e talvez principalmente - quando eles mesmos duvidarem. Porque fortalecer as capacidades é encorajador!
56 é maior que 4. E essa informação é muito mais relevante, no final das contas."
(Texto de Elisama Santos)
(Imagem Daryl Zang)
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