OBRIGADA MEU DEUS.. POR ME PROPORCIONAR O DIA DE HOJE!
Estou desconfiada de que a gente cresce quando começa a aprender
Às vezes, na estranha tentativa de nos
defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes.
Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos
quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não
desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da
possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas
alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não
há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não
há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá
esperança.
É
maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a
desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de
sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos
enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um
monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as
chances de sentir que estamos vivos. Podemos demorar bastante para perceber o
óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de
aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz
evitando a vida.”
Ana
Jácomo
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