A mesa enorme, toda arrumada.
Os lugares postos, os pratos alinhados, guardanapos coloridos.
Lembro-me que era em torno dela que nos relacionávamos.
Vovó fazia tortas de camarão. A paçoca vinha do Rio.
Crianças corriam pela casa. Juntava gente de todo lugar.
Tanta história bacana. E uma alegria iminente.
. De repente a gente cresce, e a coisa começa a desacontecer.
Daqueles laços estreitos, tão íntimos, tão certos,
nasce um desdém educado, uma aspereza gratuita, um hiato.
Como se estivéssemos balançando numa corda frouxa.
. E tudo que era para sempre desapareceu.
Sem que eu nem bem tivesse tido tempo para tirar a mesa.
Sumiu toda a gente, os pratos alinhados e todos aqueles afetos.
É que de vez em quando, nos domingos de chuva, a mesa posta ainda faz doer em mim todas essas ausências.
autor desconhecido
A arte de ser feliz. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Cecilia Meireles
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