A arte de ser feliz. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Cecilia Meireles
NÃO DEIXE AS PESSOAS TE COLOCAREM NAS TEMPESTADES DELAS. COLOQUE-AS NA SUA PAZ. Buda.
sábado, 7 de junho de 2008
Meus netos Thais,Larah,Youssef,João Pedro e Paloma.
Utopia
Das muitas coisas do meu tempo de criança
Guardo vivo na lembrança o aconchego do meu lar.
No fim da tarde, quando tudo se aquietava
A família se ajeitava lá no alpendre a conversar.
Meus pais não tinham nem escola nem dinheiro
Todo o dia o ano inteiro trabalhavam sem parar.
Faltava tudo mas a gente nem ligava
O importante não faltava, seu sorriso, seu olhar.
Eu tantas vezes vi meu pai chegar cansado mas aquilo era sagrado
Um por um ele afagava e perguntava: quem fizera estripulia?
E mamãe nos defendia e tudo aos poucos se ajeitava.
O sol se punha a viola alguém trazia,
todo mundo então queria ver papai cantar com a gente.
Desafinado, meio rouco, voz cansada ele cantava mil toadas,
seu olhar no sol poente.
Passou o tempo, hoje eu vejo a maravilha de se ter uma família
quando tantos não a tem.
Agora falam do desquite, do divórcio, o amor virou consórcio
Compromisso de ninguém.
E há tantos filhos que bem mais do que um palácio
Gostariam de um abraço e do carinho entre seus pais
Se os pais amassem o divórcio não viria.
Chame a isso de utopia, eu a isso chamo paz.
Composição: Pe. Zezinho
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